Discurso de Nonato Luiz durante a entrega do Título de Cidadão Cratense

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Crato, Vereador Francisco Helder de Oliveira França.

Ao Excelentíssimo Sr. Prefeito Samuel Araripe, a queridíssima Divane Cabral, ao meu primo Nilo Sergio Viana Bezerra Coordenador de Articulação Político do Governo do Estado do Ceará, Aos meus queridos irmãos que estão aqui presente: Nazareno, Vitoria e Zefinha.

Demais autoridades: Querida tia Maria de Lourdes, na pessoa de quem cumprimento todos os demais parentes presentes nesta solenidade Minha Querida Afonsina, Meus senhores e minhas senhoras. Meu Prezado amigo. Vereador André Barreto, responsável, como autor da proposta, por este momento especial de minha vida, Inicialmente, eu quero agradecer a esta Casa e aos senhores Vereadores, na pessoa de seu digno Presidente, Vereador Francisco Helder França, por esta homenagem que tanto me vale e me orgulha. Em segundo lugar, desejo agradecer também, de forma muito particular, ao meu querido primo Kaika, pela iniciativa da proposta, que me envaidece e me enche de felicidade.

Eu tenho uma relação profunda com a cidade do Crato, terra que faz parte da minha vida, de forma marcante. Desde a minha mais tenra infância. Há toda uma história que atesta isto.

Centro econômico e cultural de toda a região do Cariri, o Crato tem atraído, ao longo dos anos, grande número de parentes e amigos queridos, que aqui cuidam dos mais diferentes interesses.

Foram os casos de dois irmãos meus, que iniciaram seus estudos nas escolas e colégios cratenses: do meu saudoso pai, Pedro Luiz Sobrinho, que durante longos anos manteve fortes laços de negócio com empresas e repartições locais; e do meu saudoso e querido tio Luiz Manoel de Oliveira que, tendo chegado nesta terra ainda jovem, aqui se fixou, desenvolveu exitosa atividade comercial como fundador e maestro da Cantina do Oliveira, viveu, alegre e feliz, por mais de 50 anos, ao lado de bem sucedida família de 10 filhos e cultivando grande número de amigos, até partir para o além, ha poucos anos. Hoje o meu tio e lembrado e homenageado como nome de urna avenida no bairro do Muriti.

Isto para citar os casos que me são mais caros. Assim, durante todos os anos da minha primeira infância. estive permanentemente ligado ao Crato, pela saudade de meus irmãos que aqui estudavam, pela expectativa das recorrentes voltas de meu pai, sempre com alguma iguaria, como o doce de buriti e as então inigualáveis rapaduras caririenses, e pelas constantes notícias de eventos e fatos de dimensões e sofisticação impossíveis de ocorrerem na minha pequenina Mangabeira, como as festas da Exposição e da Padroeira Nossa Senhora da Penha.

Há também um fato que, por mais prosaico que pareça, contribuiu para aumentar as recordações que tenho daqui.

Refiro-me à dificuldade que tive, quando aprendia a falar, para pronunciar o nome desta cidade, que teimava em sair C L A T O, até o dia em que manifestei ao meu pai o imenso desejo de conhecer a terra que enchia de fantasias o meu imaginário de criança. Educador nato que era, Pedrinho viu ali a oportunidade para o filho tatibitate vencer a dificuldade. Levo, quando você estiver pronunciando o nome da cidade corretamente.

Não preciso dizer que, em poucos dias, consegui superar o problema, num esforço amplamente recompensado, pois realizei aquela que foi a minha primeira e jamais esquecida viagem para além das fronteiras mangabeirenses, experimentando emoções indescritíveis, como entrar no velho Cine Moderno e assistir ao meu primeiro filme, um divertidíssimo desenho animado. No campo profissional, a participação da cidade do Crato é indelével.

Primeiro, pelo fato de o meu pai ter adquirido aqui os dois primeiros cavaquinhos com que me presenteou e que afloraram em mim a vocação musical latente que eu trouxe do berço.

Em segundo lugar, porque foi na potente Rádio Araripe, na já longínqua década de 60, quando eu era ainda uma criança aprendendo a falar, que pela primeira vez os acordes do meu cavaquinho viajaram em ondas sonoras, para além das fronteiras do Ceará, quiçá do Brasil. Minhas primeiras fotos impressas também saíram nas páginas da Revista Ytaitera.

Além disso, durante a preparação para assumir minha desafiadora profissão de instrumentista, testei-me realizando diversas apresentações solo. sempre me alternando em salas e auditórios de fortaleza, onde residia e vivenciava minhas primeiras experiências de profissionalização, e do Crato, a que me ligavam todos os laços familiares e afetivos antes mencionados. e também pela tradição da cidade de Meca cultural de todo o Sul do Ceará.

Depois, já profissional do violão, inúmeras vezes voltei ao Crato para apresentações, sempre muito prestigiadas pelo público e grande número de amigos que cultivo aqui. Em suma, posso afirmar que são muito sólidos os laços afetivos e profissionais que me ligam a esta terra e elevado é o sentimento de gratidão e de reconhecimento que a ela devoto.

Dessa forma, Senhor presidente e Senhores Vereadores, este título tem um significado real para mim, pois representa, na verdade, a legalização de uma situação de fato, porque eu sempre fui tratado e também agi como verdadeiro cidadão cratense.

Eu não poderia encerrar estas palavras sem agradecer, mais uma vez, a todos e a cada um dos que contribuíram para esta homenagem, que tanto me envaidece e me honra; aos meus amigos e parentes que me prestigiaram com suas honrosas presenças nesta solenidade e, de modo muito especial, aos meus familiares, pelo carinho e apoio.
Na verdade, não há palavras que consigam expressar toda a felicidade e gratidão que me contagiam neste momento. Por isso, recorrerei a minha arte e ao meu bendito violão para demonstrar o quanto sou grato a todos, pois, para mim, e acredito que também para os que apreciam ao meu trabalho, será esta a maneira mais eloqüente e sonora de eu expressar.

Crato-Ce, 29 de Julho de 2005

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